Quem beber do cafezim
Que LUZIA preparar
É mesmo que atiçar
O fogo no estopim!
Pega logo um tamborim
Para samba quente tocar
Balançando o maracá
Se estiver desvanecido
Ou mesmo desentendido
Tomando ele se alumia
O CAFAZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

Se o cabra tá sem sentido
De uma queda que levou
Se cegou do estopô
Ou estar morto fedido
Se num escuta o latido
Dum cachorro magricela
Se menino levou vela
Se nariz tá entupido
Se o sangue tiver fervido
Tomando o café esfria
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

Você pode tá doído
Quebrado de bebedeira
Cansado de fim de feira
Até com dor de ouvido
Pode até tá impedido
De tomar qualquer bebida
Pode tá cheio de ferida
Com canseira e reprimido
Até mesmo o entupido
Tomando ele se alivia
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

Acaba com alarido
De enterro e choradeira
Faz nego subir ladeira
Alegra desmilinguido!
Quem tiver desiludido
Tomando “o café” levanta
Pode dormir sem a janta
Quem provar desse bebido
Acaba até com gemido
Gaguejado e latrumia
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUIQUER CAÍDO!

Pode sofrer de franzido
Chilique ou qualquer mazela
Pode sofrer de espinhela
Azia ou peito caído
Esquecência do já lido
Ou cuxilança sentado!
Cura indispusicionado
E respirante espremido!
Se precisar dum ungido
Pro mode as âncias do dia,
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

O povo mais entendido
Como padre e professor
Gentinha de toda cor
Esse povinho metido
Gente de todo partido
Gosta do preto esquentado
O bicho bem preparado
Alegra todo indivíduo
Endinheirado ou falido
E quem dá duro ou vadia
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

Quem ficou desprevenido
Porque não saiu dinheiro
Quem ficou no desespero
Nesse viver tão sofrido
Quem já está desiludido
Vendo o café que esfria
Gente da secretaria
Vão preparando o pedido
Tudo de olho comprido
Quando acaba a alegria
O CAFEZIM DE LUZIA
LEVANTA QUAIQUER CAÍDO!

Thiago Alves