VERSÍCULOS DE 1 À 42

Na verdade, na verdade
Vos digo quem não entrar
Pela porta no curral
Das ovelhas no lugar
Mas, subir por outra parte,
É ladrão quer saltear.

Aquele, porém, que entra
Pela porta é o pastor
À este o porteiro abre,
As ovelhas o ouvem só
Ele as chama pelo nome
E traz pra fora a mór.

E quanto tira as ovelhas
À fora conduz e vai
Seguindo adiante delas
E elas o seguem inda mais
Pois conhecem sua voz
Não se confundem jamais.

Mas de nenhum outro modo
Seguirão ao que é estranho
Antes fugirão mais dele
Se dispersando o rebanho
Porque não conhecem a voz
E fogem desse redanho.

Jesus disse esta parábola
Mas eles não entenderam
O que queria dizer
Assim não compreenderam
Tornou Jesus a dizer
Traçando outro roteiro.

Em verdade, em verdade
Vos digo que eu sou a porta
Por onde entram as ovelhas
Se houver outra está morta
Quem veio antes de mim
São ladrões que a vida corta.

Eu sou a porta e se alguém
Por mim dispuser a entrar
Encontrará salvação  
Entrará, e sairá,
E encontrará pastagens
Pra poder se saciar.

O ladrão não vem senão
Para roubar e matar
Para também destruir
Mas eu vim para mudar
Eu vim pra que tenham vida,
Em abundância sem par.

Disse eu sou o bom Pastor;
O bom Pastor que dará
A vida pelas ovelhas
Para à elas assim salvar
Mas o mercenário não
Consegue pastorear.

Do qual não são as ovelhas,
O qual não é o pastor
Quando este vê vir o lobo,
Deixa as ovelhas ao furor
Foge e o lobo as arrebata
E se dispersam na dor.

Ora, o mercenário foge
Porque assim é venal
E por ser um mercenário
O seu caminho é do mal
Por não cuidar das ovelhas
As leva a um fim fatal.

Mas eu sou o bom Pastor,
Minhas ovelhas eu conheço
E delas sou conhecido
Como o Pai já desde o berço
Eu também conheço o Pai,
E delas, minha vida é o preço.

Ainda tenho outras ovelhas
Que deste aprisco não são;
Mas me convém agregá-las
Com a mesma comunhão
Há um rebanho e um Pastor
E minha voz ouvirão.

O Pai por isso me ama
Por a minha vida dar
A dou e tomo de volta
De mim não podem tirar
Este é um mandamento
Que o meu Pai quiz me dar.

Divisão entre os judeus
Tornou assim a haver
Por causa destas palavras
Muitos vieram dizer
Ele está com demônio,
Não ouçam o que quer dizer.

Diziam outros porém
Estas palavras não são
De um endemoninhado
Pode um demônio então
Abrir os olhos aos cegos
Nessa poderosa ação?

Em Jerusalém havia
Festa da dedicação,
Era a época de inverno
No alpendre de Salomão
Jesus ali passeava
No templo em meditação.

E rodearam Jesus
Os judeus à lhe dizer
Até quando tu terás
Nossas almas a suspender?
Se tu és o Cristo, vem
Abertamente dizer.

Jesus disse: Eu tenho dito
E vós não me credes mais
As obras as quais eu faço,
São em nome do meu Pai,
Elas de mim testificam
Sem deixar dúvida jamais.

Não credes em mim porque
Minhas ovelhas não são
Como eu já tenho dito
As minhas ovelhas ouvirão
A minha voz, e eu conheço
E as mesmas me seguirão.

Eu lhes dou a vida eterna,
Nunca hão de perecer
E ninguém as arrebata
Da minha mão de poder
Meu Pai que as deu é maior
Somos um só em poder.

Os judeus pegaram em pedras
Para lhe apedrejar
E respondeu-lhes Jesus:
Eu tenho vindo mostrar
As obras boas do Pai
Por qual vão me apedrejar?

Os judeus lhe responderam
Nós não te apedrejamos
Por alguma boa obra
Mas por estar blasfemando
Porque sendo tu um homem
Te fazes Deus soberano.

Jesus respondeu dizendo:
Não está na vossa lei:
Eu vos disse que: Sois deuses?
A lei chamou e eu bem sei
Deuses a quem a palavra
Apontou e assim se fez.

O que está nas Escrituras
Não se anula o que é seu
Quem o Pai santificou
E ao mundo Ele deu
Vós dizeis que ele blasfema
Pois diz ser “Filho de Deus”?

Se eu não faço as obras
Do Pai, não me acreditais
Eu faço e não credes em mim,
Crede, pra que conheçais
Crendo que o Pai está em mim
Como também estou no Pai.

Procuravam assim prendê-lo
Outra vez fez-se escapar
Retirou-se outra vez
Pro Jordão além de lá
Onde João o batizara
Ficou naquele lugar.

E muitos iam ter com ele
E diziam: Na verdade
João não fez sinal algum
Mas disse sinceridade
Tudo que deste ele falou
Nós cremos que é verdade.

Thiago Alves