QUANDO CHOVE NO SERTÃO
I
O raio solta a rajada
Bradando o grande trovão
Nuvens fazem mutirão
Formando grande empanada
Deus sopra sobre a chapada
Junta graveto e monturo
A chuva cai no chão duro
A terra fica molhada.
II
Corre água na estrada
Do riacho pro açude
A terra do homem rude
Logo muda de fachada.
Já se ouve a passarada
Canta a rã e o cururu
Reflora o mandacaru
E a jurema favelada
III
A malícia retirada
Forma um tapete no lastro
Cresce rápido o mata-pasto
Ornamentando a baixada
A terra fica forrada
De urtiga e marmeleiro
Lagartixa no lajeio
Da sinal de cabeçada.
Thiago Alves
Thiago Alves Poeta
Enviado por Thiago Alves Poeta em 04/07/2022