SÊCA NO SERTÃO
I
A terra foi derramada
Pela mão do lavrador
O vento foi varredor
Da poeira ressecada
O sol queimou a sacada
Da paisagem do lugar
A fonte pôs-se a secar
Num clima que desagrada
II
A terra ficou rachada
Voou carão, carcará
Chorou quem era de lá
Retirante na estrada
Durante essa jornada
A terra mostrou-se cão
Xiquexique e barbatão
Morrem na mesma chapada
III
Na esperança quebrada
Houve choro e conversão
A lágrima caiu no chão
Molhando a terra penada
A face lacrimejada
Coberta com pó do chão
O Senhor estende a mão
Ordena a força sagrada.
Thiago Alves
Thiago Alves Poeta
Enviado por Thiago Alves Poeta em 04/07/2022