A Arte de Thiago Alves
Poemas & Cores - A expressão da alma.
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Textos
O FEITIÇO DA NINFA
Sonhei que estava voando
Nas asas do firmamento
Carregado pelo vento
Num paraíso encantado.

Fiquei hipnotizado
Com tudo aquilo que eu via
Num calmo lago corria
Um barco bem requintado.

Neste barco ornamentado
Com uma musa na proa
O brilho em sua coroa
Resplandecia em dourado.

Por volta da hora noa
Me senti petrificado
Eu fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Ouvi o som de trombetas
Vindo debaixo do chão
E o cabelo de Sansão
Servindo como caneta.

Um padre numa roleta
Uma freira com piti
Santo Antonio abuletado
Num casco de jabuti.

O gemer da juriti
Me deixou arrepiado
Travessei o mar a nado
Pra poder chegar aqui.

Imobilizado ali
Eu quis fazer uma loa
Eu fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Eu cheguei pra me banhar
Por volta da sexta hora
Vi o lago jogar fora
Suas ondas sem cessar.

O mar a arremessar
O brilho cego da areia
No olhar de uma sereia
Que se punha a flutuar.

A luar a pestenejar
Senti as gotas da chuva
Molhado da água turva
Comecei imaginar.

Se a lua no seu brilhar
Me levasse na magia
Naquela pele macia
Como uva em degustar.

Chegando como quem voa
Montado em cavalo alado
Eu fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Desapareceu o dia
A noite ficava forte
Numa escuridão de porte
A natureza dormia.

A voz do meu coração
Se escutava de longe
Mantendo uma fé de monge
Recitei minha oração.

Não encontrei mais ruído
Andei como quem desfila
Entrei na casa da vila
Que eu tinha construído.

Encontrei minha leoa
Fiquei juntinho ao seu lado
Em fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Me vi na praia deserta
Naquela noite serena
Quando vi minha verbena
Que me aguardava incerta.

Quis chorar de alegria
Quando me viu vir do norte
Correu, me abraçou forte
Me deixou a revelia.

Apertei-a junto ao peito
Minha fruta de parreira
Ultrapassei a fronteira
Que o tempo havia feito.

Pensei que estivesse atoa
Mas, havia me encontrado
Eu fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Caminhamos de mãos dadas
Pelo tapete de areia
Como aranhas na teia
Num patamar sem pecados.

O céu estava estrelado
Refletindo a luz na praia
As ondas jogando a saia
Apresentava o babado.

O horizonte se abria
levantando a bruma densa
Numa vastidão imensa
Senti sua mão macia.

Como a massa de uma broa
Sem querer eu fui tomado
Eu fiquei enfeitiçado
Pela ninfa da lagoa.

Thiago Alves

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 08/05/2023
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