O SEPULTAMENTO DO BATISMO - O Poema
No templo sagrado, um dia nasceu
A cena bendita de um rito divino
O Cristo imergindo no claro destino
Que as mãos de João, no Jordão benzeu
Com tintas e traços, minha alma teceu
A luz do batismo em pura beleza
Mas eis que a insídia cruel, com frieza
Cobriu com a cor da indiferença
Matando a cultura, ferindo a presença
Do dom que Deus mesmo me deu por nobreza.
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Qual lâmina tão fria ferindo um irmão
Tinta impiedosa impôs seu desdém
Rasgando da tela a obra de alguém
Que de sua arte fez como oração
Na fúria insensata da escuridão
Apagaram os traços que o tempo honrou
E a santa Memória que o povo amou
Foi estrangulada em dor e lamento
Cada pincelada das mãos com talento
Da alma de um filho dos que Deus criou.
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Clamando as paredes que um dia viram
Como os justos olhares em santa visão
Que se ergam os fortes, gritem em comunhão
Por todos os olhos que agora não miram
Que bradem os artistas que já resistiram
Contra a mão que veio num golpe fatal
Colocando a arte em prisão mortal
Clamemos em justiça pra ressuscitar
A arte encoberta no santo lugar
Não seja esquecida nem fique banal.
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Thiago Alves – 15/02/2025
Thiago Alves Poeta
Enviado por Thiago Alves Poeta em 15/02/2025